sexta-feira, 13 de março de 2009

Subentende-se

Resolvi escrever a realidade.
Escolhi o mundo mais real e abstrai-me de toda a incerteza. Grafei o instante que reti na memória com as palavras que me foram ensinadas na escola, mas nada se parecia com o que eu queria mostrar. É impossível escrever a realidade tal como ela é.
Então...
Resolvi escrever o que a memória reteve.
Não era a realidade em si, aquela imitação perfeita inatingível, mas sim o que apreendi dela, uma parecença não real.
Peguei numa folha qualquer e comecei a redigir o significado que me fixou naquele momento. Não me satisfez! Amachuquei aquele pedaço de papel inútil e atirei-o para lugar incerto.
Resolvi escrever utopias.
Escolhi a folha mais linda do meu bloco de música e pintei desenho de caligrafia incerta talhadas do inexistente.
A utopia em si começou naquele momento em que palavras ilegíveis, letras absurdas ficaram gravadas naquele pedaço de vida morta.
Fiz paragens para observar o resultado. Resolvi mudar as coisas. E as coisas mudaram-se como eu quis.
Tornei-me dona e senhora do mundo paralelo, que paralelo que é nunca se cruza com a realidade.
As linhas não se tocam.
E eu escrevo utopias... aquilo que sou mas que nunca serei.

7.03.2009
Giggles

4 comentários:

  1. concordo contigo. A arte parece-me estar mais no paralelo, no olhar divergente, que constrói novas imagens e significados. tornas-te a sua dona e ele sai-te da mão com uma velocidade que, por mais que tentes, não consegues compreender e assustas-te.
    devíamos escrever e gostar mais de utopias...

    gostei muito!!
    beijinhos querida ****

    Marta S.

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  2. "Tornei-me DONA E SENHORA do mundo paralelo" .. Es mesmo convencida tu! Dona e senhora? xD

    Okey, agora a serio.
    Ta bom como sempre e desculpa não ter vindo deixar a minha marca mais cedo, sou uma pessoa bastante ocupada, sabes como e, ne? x)
    Beijinho prima **

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  3. Pi tu estas a abusar pah :D

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